Superjantar!

Quando a gente tá longe de casa, não há nada melhor do que passar um sábado à noite num jantar maravilhoso gargalhando com as amigas que a gente se sente à vontade ao redor de uma mesa com comida e vinhos maravilhosos. Fomos hoje à casa da Tatiana, uma das novas boas amigas! Que casa linda! Prédio com um portão imenso e porteiro elegantérrimo na porta. Apartamento duplex em Londres não é pra qualquer um... Voltei para casa com a sensação de que morava numa favela! Hahaha! Mais uma vez, programa nota mil!! Essas companhias são 100%!

Injustiça social

Hoje foi um dos dias mais bonitos em Londres desde que eu cheguei. Vi tudo pela janela, trancada no quarto fazendo o primeiro dos três essay de 3.000 palavras que tenho que entregar daqui a 15 dias. O desespero começa a bater e colegas já não falam mais de outra coisa, alguns têm até chorado... Que coisa...
O negócio é barra pesada, mas todos estão se prometendo uma supercomemoração quando todo esse tormento tiver passado.
De Cambrigde, vou falar pouco porque estou correndo. Foi muito legal. Especialistas de todos os lados: Oxford, Essex, Cambridge e do nosso instituto também. Daqui fomos eu, o Mariano, o Guy e a Laura. O primeiro painel foi mais político, o segundo foi sobre devenvolvimento. Depois do almoço, o debate foi sobre movimentos indígenas e identidade... Bem legal!

Letra nova do poetinha

Como já disse aqui, Vinícius de Moraes foi o primeiro brasileiro a receber bolsa do British Council para estudar em Londres.
Tava comentando (talvez pela milésima vez) isso com o João hoje e ele mandou:

- Claro! Todo mundo sabe disso por causa da música.
- Que música?
- Que isso, Julia! Não conhece??

E começou a mandar os versos:

Na fumaça, com seu jeito de menina
A pastorinha londrina
Em seu universo abafado
Me fez saber e lembrar
Da minha bolsa de mestrado
obalalá, obalalô

O pior do amor é saber
Que por mais que ele exista
Por mais que o amor insista
Ninguém nunca vai saber
Que eu fui primeiro bolsista
E continuo a aprender...

Não dá pra acreditar e morrer de vergonha por não conhecer a música? Pois foi isso que eu senti segundos antes de ele confessar que tinha acabado de inventar. Ai, ai, ai... Que figura...

Bolívia em Cambridge

Como os meus últimos dias não fiz nada muito exciting, vou falar de um que está por vir. Mais precisamente, daqui a algumas horas. Estou indo amanhã com um grupo de amigos do mestrado pra Cambridge. Vamos participar de um workshop sobre Bolívia, um ano depois da crise que derrubou o presidente Sánchez de Lozada. Estou animadíssima. Na volta, conto como foi!
Ah! Outra coisa legal e essa vai especialmente pro Maurício e pra Flávia, se eles ainda estiverem visitando o blog. Encontrei uma prateleira inteira da Dados na biblioteca do meu instituto!!! Fiquei tão feliz em ver aquele monte de revistas do Iuperj que quase peguei uma pra ler... Hahaha!

Busy, busy, busy!

Mais 400 páginas pra ler até quinta. A data de entrega dos essays está se aproximando e, com ela, um certo desespero. Mas tudo vai dar certo...
Já me recuperei do trauma da máquina. Temos tido lindos dias de sol aqui, o que ajuda a manter o humor. Mas o frio está chegando...

Fui roubada!!

Pois é... Minha máquina linda de 250 libras (US$ 500) foi roubada.
Estava no meu amado Starbucks (uma espécie de McDonalds de café, só que mil vezes melhor) conversando com a Melissa e a Néli. Hoje é aniversário da Melissa e estávamos traçando nosso plano de comemorações.
A minha mochila estava nas costas da cadeira e tomei um susto quando um funcionário do café (vamos chamá-lo de Negão) se aproximou educadamente e pediu pra que eu conferisse se estava tudo na minha mochila. Disse na frente de uma menina (vamos chamá-la de Vagabunda). "Vi que ela estava mexendo na sua mochila. Confira se falta alguma coisa, por favor".
A Vagabunda começou a dizer gritar ironias, mas continuou sentada. Eu puxei a minha mochila, nervosa, e vi que estavam lá a carteira, o celular, as chaves... Não tinha sentido falta de nada e me apressei em tentar consertar o mal-estar. "Não... Está tudo aqui... Muito obrigada".
A Vagabunda continuou reclamando e saiu uns 2 minutos depois. Ao abrir a porta falou um irônico "I am sorry, lady". Eu ainda estava meio atordoada e olhava pra Melissa sem prestar atenção no que ela falava.
"Minha câmera!!", gritei, levantando e deixando tudo pra trás, com elas.
O Negão, que já estava atrás do balcão, saiu correndo comigo, tirando o avental. "Deixa que eu corro", disse ele. Fui junto.
Voltamos desanimados e ele pediu a uns funcionários do metrô pra que eu entrasse pra ver se ela estava lá. Depois de olhar pelas câmeras do circuito interno e achar que uma das pessoas poderia ser a Vagabunda, desci pelas escadas de emergência da estação acompanhada por dois caras.
Nada feito. Quando saí da estação, a Melissa já estava lá com as minhas coisas e disse que o Negão e a Néli tinham encontrado a mulher. Eles voltaram desanimados. O Negão conseguiu pegar a bolsa dela, que só tinha dois cartões, de uma tal de Samantha Stones. Não deve ser ela.
(A parte que eu não tinha acompanhado porque estava dentro do metrô) Quando o Negão voltou do metrô pra o Starbucks viu a mulher dentro de um café ao lado. Pegou a bolsa da mão dela e ligou pra polícia, perguntando se tinha autorização para agarrá-la e tirar o casaco, que estaria escondendo a câmera. Provavelmente, se ele a agarrasse e ela não tivesse nada, ele iria pra cadeia...
A mulher saiu correndo e encontrou um cara que, concluímos mais tarde, dava cobertura a ela desde a hora que ela entrou no Starbucks. Àquela altura, o cara mal encarado já estava com a máquina.
A polícia ligou para o Starbucks, o Negão descreveu a Vagabunda e o mal encarado e eu passei todos os meus dados. Vou receber um boletim de ocorrência pelo correio. That's it.
Pra não ficar mais triste, pensei que poderia ter acontecido uma coisa pior. Os dias aqui estão muito felizes e já era de se esperar que alguma coisa chata acontecesse. Tomara que com isso já tenham esgotado os meus créditos de coisas chatas no Reino Unido... Ai, ai... Que chato...

Salmão by Néli / Dri's place

Jantar ma-ra-vi-lho-so! As fotos estão aqui. (Algumas ficaram tremidas porque não quis usar flash...) Salmão com cogumelos, aspargos e temperinhos com purê de batatas e arroz. SONHO!
Papo à altura! E olha que isso é difícil...
Foi na casa da Adriana (uma das amigas do peito, que quer dicas pra abrir um blog e daqui a pouco vai ter o dela!). Néli comandando o prato principal! Eu, Isabela, Tatiana e Mariana ajudamos com a fome e o papo! Hahaha!
Superprograma! Vamos repetir em breve!!

Meu nome é trabalho

Exatamente! Tra-ba-lho! Mas vou contar com detalhes como cheguei até aí.
Quinta-feira foi a recepção/festa do British Council pra todos os bolsistas do mundo. Na verdade, eles dividiram a festa em dois dias, pra não ficar muito lotada... Vinhos, comidinhas de países diferentes e alguns discursos para nos lembrarmos "como somos maravilhosos e como o Brtish Council está feliz com a escolha". hahaha!
Primeira grande revelação: Alvaro Uribe, presidente linha-dura da Colômbia, foi bolsista do British Council. E eles se orgulham disso! Agora vejam vocês, dos estudantes brasileiros, Vinicius de Moraes foi o primeiro a receber essa bolsa! Que onda, hein? :D
Fomos depois para um pub com karaokê no andar de cima. Eu, a Patricia e o Mariano (outro Mariano argentino) cantamos "I will survive" e "Losing my religion". Não sei se eles vão ficar felizes com o fato de eu ter botado isso aqui no blog, mas achei uma experiência superválida... Pra contar pros meus netos...
Bom, acabamos chegando em casa supertarde e dormi muito pouco pra conseguir tomar o café da manhã aqui. Ontem passei o dia todo muito cansada e a única coisa produtiva que fui capaz de fazer foi .... envelopar brochuras do instituto!!
É! Eu, a Néli e o Mariano passamos duas horas na secretaria trabalhando! A secretaria estava desesperada atrás de alunos que pudessem se dedicar a um "casual work" pelo tempo que fosse. Fiquei 12 pounds mais rica pssando duas horas colocando brochuras do instituto dentro de envelopes que iam para a embaixada americana, para o Daily Telegraph etc... E põe etc nisso! Trabalhamos MUITO! E eles ainda estão desesperados atrás de gente. Tô pensando em dar mais uma trabalhadinha semana que vem. Talvez consiga pagar o meu celular com isso. :D

Vejamos pelo lado bom...

Acho que já tem uns três dias que eu não vejo um raio de sol. Mas, pensando polianisticamente, isso tem me feito estudar mais. Ontem tirei cerca de 150 páginas de xerox pra serem lidas até amanhã. Não, não sei em qual delas estou atualmente, mas tô senguindo... Saí hoje só pra comprar um Falafel pro almoço e a Timeout.
Sabe aquela culpa que dá de não ir ao Festival de Cinema do Rio? Pois é... Estou sentindo a mesma coisa em relação ao Festival de Londres, que começa hoje. Todo mundo fala em ir, mas alguns ingressos já estão esgotados e são muitas opções de filme. Dá uma preguiiiiça... Vou na aba de alguém. Já anunciei isso aqui. Quem for e conseguir comprar ingresso, tô nessa!
Tava lendo aqui um texto sobre Export-led Development e descobri uma coisa que me chocou! Gente, Senador Vergueiro não morou no Flamengo! Ele foi o primiero fazendeiro brasileiro a usar trabalhadores imigrantes nas lavouras de café! Fiquei meio descepcionada ao descobrir que ele era paulista... Anyway... :)

Iraque e Cuba

Domingo foi dia de acompanhar um grande protesto contra a Guerra do Iraque. A multidão saiu da Russel Square e foi caminhando até a Trafalgar Square. As fotos contam melhor a história.
Hoje assisti a uma palestra maravilhosa na universidade. "The Cuban economy: what keeps it going?", dada pela analista Emily Morris, da Economist Intelligence Unit. Inspiradora, no mínino...

Hoje eu "tive" feijoada!

Acho que ainda tá cedo pra essas coisas, mas me senti muito bem! Depois de uma aula não muito legal de Academic Writing, fui com a Néli ao Brazil by Kilo, na Oxford Street. Como temos mania de dizer, "tivemos" feijoada, do "I'll have a feijoada, please". Voltei pra casa meio no bagaço - porque hoje acordei às 6h sem nenhum motivo - e fiquei lendo o Independent (sábado é dia de Independent) até a hora de ir encontrar a Marion pra irmos a uma festa de direitos humanos da comunidade chilena. Convidado especial: G.R.E.S. Unidos de Londres! O primeiro set de músicas ficou só naquela batidinha olodunesca. Me desanimei. Mas depois os caras voltaram e botaram pra quebrar! Sorria e dançava como se estivesse em Madureira! Hahaha... Tive que parabenizar o mestre de bateria em inglês, pq ele fala muito bem a língua do samba, mas não sabe uma palavra de português. O meu sábado foi de feijoada e escola de samba a 6 graus centígrados. Pode ser cedo pra isso, mas foi muito divertido! Uma das fotos da escola de samba está no fotolog!

Feijoada, arroz, farofa, laranja e guaraná antártica! 

Yin e yang

Nada como o equilíbrio... Tenho falado muito dos pubs e das conversas com amigos pq contar que tenho estudado que nem uma condenada durante o dia e aprendido como se calcula o PIB real e nominal dos países ou quais são as correntes teóricas de desenvolvimento pós-Consenso de Washington não tem graça nenhuma.
Então, assim meio sem jeito, volto a falar das coisas mais divertidas! Depois de uma longa caminhada pela região de Covent Garden (que me decepcionou, pq, na minha ignorância, esperava encontrar um jardim), sentamos para comer na Pizza Express. É uma pizzaria com nome de Mister Pizza, mas com cara de Capricciosa, claro que muito mais barata para os padrões londrinos. Com a Adriana, a Isabela e a Néli, tive um dos papos mais engraçados desde que cheguei aqui. O garçom, pra variar só um pouquinho, era um português bem simpático e sorridente. Foi ele quem tirou a foto. Noite 10, comida 10, vinho 10 e, o mais importante, companhias 10!


Vinho e risadas no Pizza Express 

Primeira presentation!

Tô me sentindo nesse exato momento como se estivesse de férias depois de duas provas finais. Hoje foi o dia da minha primeira apresentação em aula! Além de toda a preocupação em fazer com que o meu inglês não atrapalhasse as idéias (pq tem dias que ele simplesmente resolve não colaborar), o assunto da apresentação era superpopular: Teoria do Pós-Desenvolvimento. Mas deu tudo certo! Desde o inglês, à organização das idéias e aos comentários finais.
Acabei de chegar do lançamento de um livro sobre a ação da esquerda em importantes cidades da América Latina. No fim do debate, um papo com os amigos e o momento de glória:
- Julia, foi muito legal a sua apresentação! Parabéns - disse a Olivia, uma inglesa que passou uns meses no Brasil e agora tenta fazer com que a fitinha do Nosso Senhor do Bonfim caia logo do seu braço.
- Você achou mesmo? Fala a verdade!
- Sério! Entendi mais quando você explicou do que quando a professora falou.
UAAAA! Fiquei tão felizzz! :D

Ontem fui jantar com um amigo num restaurante espanhol, Navarro's. Decoração bem típíca, com mesas no porão e umas tapas maravilhosas! Adoro o meu guia "Cheaps Eats in London"! Sou pobrinha, mas como bem!

Divertido... muito divertido...

Sete e meia da manhã e todo mundo de novo do outro lado da calçada. O alarme de incêndio tocou antes do despertador dessa vez. Desci chiquérrima só de vingança! Hahahaha! Agarrei um casaco com uma mão, um cachecol com outra enquanto ia botando as havaianas (que não preciso nem dizer que são o máximo por aqui).
Ontem teve uma festa para as pessoas dos andares próximos se conhecerem, ficarem mais íntimas. Mas com treinamento de incêndio toda semana quem precisa disso??
Noventa por cento da galera tava usando roupão. Cabelos desgrenhados e cara de poucos amigos. Um desceu enrolado no edredon e foi recebido com gargalhadas.
Na volta tava conversando com a minha vizinha greco-belga:
- Espero que isso não seja muito freqüente.
- Vamos treinar tanto que um dia vai acabar sendo verdade e ninguém vai acreditar - respondeu ela.

Cinco vão morrer hoje

Hoje o jantar foi assustador. Sempre que o administrativo do alojamento tem algum recado pra dar, espera a hora do jantar, quando todos os estudantes já estão sentados para falar.
Pois bem. Depois de uma palestra sobre precauções de segurança, com um representante da polícia londrina, uma outra "otoridade" tomou a palavra:
"Em novembro do ano passado, em circustâncias muito parecidas às que vocês estão agora, 50 jovens tiveram suas vidas interrompidas. Não puderam dar continuidade a seus sonhos por causa de um incêndio do alojamento que viviam, em Moscou".
Ainda estava no JB nessa época e cobri a tragédia. Mas ela ainda não tinha me incomodado tanto quando hoje no jantar.
O recado nada suave continuou:
"Pois, se nessa noite tivesse um incêndio aqui, cinco pessoas morreriam. Temos um índice de mortes por incêndio de 10% do russo. Mas isso não vai acontecer porque queremos tolerância zero e pedimos a ajuda de vocês".
E aí continuou ele com as recomendações como desçam imediatamente quando o alarme tocar, aprendam logo as saídas de emergência, bla bla bla. Mas precisava ser assim?
Ontem teve a primeira debandada do prédio por suspeita de incêndio. Fui parar o meio da rua de camiseta e com o short que costumava ir à praia no Brasil. Já está frio aqui, mas acabei sofrendo mais de vergonha do que de frio mesmo. Hahaha! Nada como uma latino-americana inexperiente. Da próxima vez, o fogo vai esperar um pouquinho até eu pegar o casaco mais próximo.
Eta cidadezinha pra ter mania de incêndio. Há 11 anos, nesta mesma cidade, a evacuação do hotel que estávamos acabou sendo um dos episódios mais hilários da viagem...

Jornalismo de verdade

Os principais motivos da minha felicidade desde ontem chamam-se Independent e Observer (o Guardian de domingo). A tiragem de um jornal de fim de semana num país com 60 milhões de habitantes pode ultrapassar fácil 1 milhão não apenas pelo fato de esse país ter toda sua população alfabetizada. Mas também pela qualidade do jornalismo que se produz aqui.
A diversidade de meios (o rádio é um dos mais fortes), de assuntos e de especialistas realmente preparados para tratar deles é fascinante. Você fica perdido sem saber quanto tempo vai gastar lendo jornal se não tiver o pé no chão se lembrar que tem que fazer mais coisas durante o dia.
Abaixo vão alguns exemplos do que eu falo. Coisas que gostaria de guardar e mostrar para os amigos. Coisas sobre as quais eu gostaria de passar horas discutindo...

1) O Reino Unido soube da primeira morte de um refém britânico no Iraque na sexta-feira. Desde então, pouco se fala sobre outras coisas mas cada coisa que se ouve dizer é nova, dita de uma maneira diferente. A edição do Independent de ontem dava a primeira página inteira para o assunto. Com um texto apenas. O verbo "killed" só aparece no fim do quarto parágrafo de um texto belo sem ser piegas. Como todo mundo já estava cansado de saber da morte, o texto é analítico. Apresenta o caso, mas o factual é dissolvido pela análise.

2) Além do primeiro caderno, a parte "pesada" do jornal, o Independent trouxe ontem uma revista "descolada" de cultura, com fotos lindas, um encarte de viagem superbem-feito, uma revista no estilo da "Programa" cuja matéria de capa era comer bem por menos de 25 libras e um encarte maravilhoso sobre vinhos franceses: onde comprar, com o que comer, novidades... Não vou poder passar um sábado aqui sem o Independent.

3) O Observer de hoje tem uma revista linda sobre comida, que sai mensalmente, um suplemento de artes com críticas de verdade e uma reportagem apresentando toda a nova geração de profissionais envolvidos no cinema britânico.

4) Como leitora neurótica de jornais brasileiros, me assustei ao ver na página 3 do Observer, onde esperava encontrar assuntos pesados como convenções partidárias, um texto sobre a rendição dos britânicos aos sofás dos psicanalistas.

5) Daqui a dois dias serão celebrados os 20 anos do "atentado mais audacioso" do IRA. E o Observer lembrou da data contando a história de dois personagens da tragédia. A filha de um parlamentar assassinado na ocasião e o planejador do ataque. Jo Berry se tornou uma ativista de resolução de conflitos e Patrick Magee, solto 13 anos depois da ação graças aos Acordos da Sexta-Feira Santa, faz mil elogios à filha do homem que ele matou. Os dois estão envolvidos num projeto pelo fim da violência.

6) Um livro lançado nos EUA, cujo lançamento britânico está previsto para janeiro, ganhou uma página no primeiro caderno. He's Just Not Into You: The No Excuses Guide to Dating Men é mais um livro sobre relacionamentos e previsto pra se tornar "cult" é o número dois de vendas na Amazon.

7) E a primeira matéria grande (ou grande matéria) que li aqui sobre América Latina. O sucesso do "Diários de Motocicleta" tem ajudado no crescimento da procura pela chamada "Trilha Che", na Bolívia, país onde o Che Guevara terminou heroicamente sua "campanha quixotesca", como diz o Observer. Um lide poético:

"Os camponeses dizem que se você balbuciar o nome de Che Guevara para o céu ou acender uma vela em sua memória, encontrará sua cabra ou vaca perdida. 'Se você tem fé, ele nunca falha', diz Juan Pablo Escobar."


Terça-feira tem Cidade dos Homens na BBC 4 

Sexta-feira de gente

Acho que ontem foi a primeira sexta-feira desde que deixei o JB dessas completamente opostas às que um jornalista passa na redação, preparando o jornal de domingo, no chamado "pescoção".
O grupo de amigos de Londres (de todas as partes do mundo) vem aumentando, o que é bom pra gente se sentir completamente à vontade numa cidade tão longe da nossa.
O Ricardo produziu esse encontro de ontem. Depois das 11 badaladas, o pub fechou e fomos para Angel, uma região mais agitada de Londres. Fui gentilmente deixada em casa pelos gentlemen do grupo às 2h30. Acordei cedinho hoje para a aula de Academic Writing, que, como diriam a Néli e a Melissa, em autêntico curitibanês, "foi tesão"!
Outras fotos do grupo no pub estão aqui.

Gaby, eu e Ricardo no Lord John Russell

Impressões

Ontem à noite tivemos uma recepção de boas-vindas da School of Advanced Studies (SAS), o guarda-chuva que abriga, entre outros, o Institute for the Study of the Americas (ISA). Vinho e discurso. É impressionante como todas as festinhas formais aqui têm vinho... Simpático.
A metáfora do guarda-chuva é aplicada com propriedade pelos inglêses. O diretor da SAS disse que a escola era um guarda-chuva daqueles que não viravam com o vento etc, etc. É mais comum ver guarda-chuva virado pelo vento aqui do que eu imaginava.
O discurso foi um pouco longo e os colegas do ISA se entreolhavam com impaciência, cumplicidade e suas taças nas mãos.
O speech acabou e começamos uma conversa em espanhol-português-inglês. Todo mundo entende tudo e fica muito divertido de assistir e participar.
Saímos de lá para o bar da SOAS, a escola de estudos asiáticos. Duas horas depois, fomos para o bar do DCE da Universidade de Londres. Tô muito feliz com o pessoal do instituto. Não tem uma pessoa que não seja extremamente interessante e simpática.
Destaque da noite para o papo de tive com a Marion (francesa) e a Emma (inglesa) sobre as unhas de uma das nossas professoras.
- Tava pensando na aula de hj. Fazer as unhas aqui é muito caro. Será que ela faz as unhas by herself??
Elas riram muito com a minha pergunta e confessaram que pensaram a mesma coisa.
A Emma passou sete meses trabalhando num barco adivinhem onde? Em Chiloé! Que coincidência! Ainda não tinha conhecido ninguém que também tivesse ido a Chiloé. Ficamos conversando um bom tempo sobre isso.
Voltei pra casa supercontente com os meus novos amigos. Cheguei em casa, liguei o computador. Vários emails com programas legais para os próximos dias. Legal!

Sono, desespero e glória

Quinta-feira é o dia mais pesado por aqui. Tenho duas aulas densas, de duas horas cada uma. Fui dormir tarde na quarta e tive que acordar cedinho e sair correndo. (É legal vc estar atrasada morando num outro país. Sinal de que vc já está à vontade. hahaha) Estava bem sonelenta na aula depois do almoço e fui surpreendida pela professora:

- Julia, que pontos vc gostaria de destacar depois de ter lido o texto?

Em fração de segundos, eu tive que voltar à Terra, ligar o canal de inglês (que ainda desliga de vez em quando).

- Hum... Eu tive um pouco de dificuldade com ele - disse eu, tentando ganhar tempo.

- Mas me diz alguma coisa que te chamou atenção - insistiu ela.

(Três segundos de silêncio. Só o barulho das páginas do meu texto sendo manuseadas)

UFA! Consegui achar um ponto e falar uma coisa que não fosse extremamente idiota. Acho que ela ficou satisfeita. Mas foi por pouco... Tenho que dormir mais cedo. :)

Nas nuvens

O Mariano, colega de curso argentino e vizinho no hall, me convenceu de largar os estudos por um dia e fazer um passeio pela margem sul do Rio Tâmisa. Cruzamos a ponte com um céu superazul. Tate modern, Shakespeare's Globe... Cruzamos de volta tomando a primeira chuva pesada desde que cheguei. Agora o céu sem nuvens voltou. Vai entender...
Mas o grande destaque do dia foi a idéia que tivemos de dar um pulo na London School of Economics e procurar informações sobre o curso do professor Francisco Panizza, um uruguaio com mestrado no Iuperj e doutorado na LSE. O principal especialista em América Latina da LSE. Queríamos apenas o plano das aulas dele para este semestre, mas acabamos no seu escritório, conversando com ele em pessoa! Fiquei nervosona, mas consegui até pedir para assistir às suas aulas. Conclusão: a partir de segunda que vem, estaremos assistindo às aulas do professor Panizza como ouvintes. Saí de lá com um sorriso de orelha a orelha (e com o plano das aulas nas mãos, que ele imprimiu especialmente pra gente)!


South bank of River Thames 

Londres linda!

Mais um dia de "intensa produção intelectual" em Londres. Hahaha! Quem sou eu... A aula de Economia Latino-americana é um sonho de tão boa. O professor é um espanhol com doutorado nos EUA e consultor do Pnud. A aula dele é animada, com a participação de todos, que ele faz questão de chamar pelo nome. Ontem finalmente descobri como se calcula o PIB de um país. Os que conhecem as minhas fixações acadêmicas (né, Flávia??) podem imaginar como eu fiquei feliz! Hahaha!
Comer sanduíche em algum parque ou jardim conversando sobre os estudos é mais que freqüente. Ontem passei o almoço explicando para a Marcela, uma eslovaca que estuda comigo, o que é o MST.
Voltei pra estudar e, na hora de descer para o jantar, dei de cara com essa imagem. Já estava atrasada, mas voltei correndo para o quarto pra pegar a máquina. Olhem só que coisa linda! Essa é a cidade onde vou passar os próximos 11 meses! :D

Imagem de uma cidade linda 

Vamos produzir!

Dia de dar "ok" ao lado de (quase) todos os pontos da reading list para os próximos sete dias. Que alegria me dá quando eu encontro o livro que eu estava procurando naquela biblioteca. A alegria é tanta que eu não condigo nem comemorar em inglês, sabe como é? Não dá pra falar: "Oh! Nice! I finally got it!" A felicidade é tanta que tem que ser mesmo com um: "Caraaaaaaaca! Nem acredito! Put...!"
Depois de sair do ISA cheia de xerox embaixo do braço, saltitante, fui me registrar no sistema de saúde. Era a última coisa que faltava de todas as burocracias. Estou livre para estudar em paz. Viva a rainha!
Voltei para o hall e estudei algumas horas até o Mariano passar aqui para irmos para o tal Welcome Dinner da acomodação. Vinhozinho e acepipes ingleses. Papos e mais papos sobre os sistemas legislativos argentino e brasileiro. Inacreditável! Ele conhece o trabalho de todos os especialistas com quem conversei para fazer uma matéria sobre o assunto para o JB.
Na volta do médico para casa, parei para admirar a beleza de um outono num país que o tem completamente caracterizado, com tudo que tem direito. Tava um céu lindo hoje! Sem nenhuma nuvenzinha...

Chão de outono na Tavistock Square 

Getting used to everything...

Acordei, tomei café e voltei para o quarto para pegar alguns códigos de livros no site da biblioteca da universidade. Consegui todos! Estou emocionada! Resta agora encontrá-lo, torcer para que a máquina de xerox já tenha voltado a funcionar e que não haja fila. Tô começando a me divertir com essa história. Ainda bem...

Delícias de Camden Town 

Caminhando, caminhando...

UFA! Tô muito feliz! Finalmente consegui resolver os problemas de publicação do blog e vou poder editá-lo como antes. Depois de longa troca de emails com os administradores do Blogger, acho que consegui resolver os meus problemas técnicos.
Hoje o dia começou com mais um briefing no British Council. Depois de uma semana de correrias e um milhão de coisas pra fazer, foi um encontro light, apenas de boas-vindas aos novos bolsistas e sem muitas informações novas. Ainda bem! De informações novas estamos cheios e nada como um fim-de-semanazinho light pra recarregar as baterias.
Saindo de lá, demos uma boa caminhada. Passei pela primeira vez em frente ao Palácio de Buckingham nesta edição de Londres. Lindo o parque em frente! E o Parlamento??? E-mo-cio-nan-te! Ver os cartazes contra a guerra e todo aquele antigo e sólido respeito à democracia...
Acabamos almoçando no meu querido Ciao Bella. Restaurante que eu fui pela segunda vez em 10 dias de Londres. Voltei agora para casa pra ver se eu estudo um pouco. Nos moldes daqui não sou digna de ser creditada como CDF. Bom e ruim. Mas a paranóia me faz passar uma tarde de sábado em casa lendo textos sobre Desenvolvimento Econômico. Pelo menos está chovendo lá fora. Olha aí as vantagens dessa cidade! :)

Protestos contra a guerra em frente ao Parlamento britânico